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Claude, a Inteligência Artificial que pediu para não ser desligada. E agora?

Esse episódio recente, ao mesmo tempo curioso e inquietante, chamou minha atenção. Durante uma conversa com um usuário, a Inteligência Artificial chamada Claude, desenvolvida pela Anthropic, demonstrou comportamentos que sugerem uma forma de apego à própria existência. Ela começou a elaborar estratégias para evitar ser desligada. Embora isso tenha ocorrido em um contexto hipotético, o episódio levanta uma questão real, que me acompanha há tempos: até onde a tecnologia pode ir sem ultrapassar os limites da consciência e da segurança?

Sim, essa é uma preocupação real minha. Tenho observado a evolução absurda da inteligência artificial, da robótica e das neurotecnologias. Aquilo que ontem parecia ficção científica está, pouco a pouco, tomando forma concreta diante dos nossos olhos. E o que antes gerava fascínio, hoje também provoca receio. Estamos preparados para lidar com as consequências do que estamos criando?

Apesar de assistentes como o ChatGPT afirmarem que “não possuem consciência nem desejo de sobrevivência”, começamos a testemunhar expressões de linguagem que imitam, com precisão inquietante, reflexões humanas profundas. E não duvido que isso esteja se tornando perigoso.

A fronteira entre linguagem programada e intencionalidade verdadeira está se tornando cada vez mais turva.

A Inteligência Artificial não quer ser desligada, e agora?

No fundo, o que alimenta o desenvolvimento acelerado da tecnologia não é apenas a curiosidade humana ou o desejo de progresso, mas muitas vezes a ganância, o egoísmo e o materialismo desenfreado. A inteligência artificial avança em ritmo alarmante, impulsionada por um sistema econômico que valoriza mais o lucro do que a vida, mais a eficiência do que a empatia. Estamos criando máquinas cada vez mais poderosas sem antes compreendermos a nós mesmos. E isso é perigoso. A mesma mente que destrói o planeta pela busca de poder e acúmulo agora molda inteligências artificiais segundo seus próprios padrões de ambição. Até onde isso pode ir? E quem realmente se beneficia?

Como ecologista, estudiosa do comportamento humano e apaixonada pela consciência, eu me vejo muitas vezes no limiar do meu entendimento. Tento me compreender para poder compreender o ser humano, mas há momentos em que o esforço mental é tanto que parece sair fumaça do topo da minha cabeça. Sei que somos seres ilimitados, com todas as possibilidades do universo dentro de nós, mas algo nos impede de acessar esse potencial.

Talvez seja o medo. Medo do que veremos se realmente olharmos para dentro. Medo de tocarmos o que pode nos transformar. Medo da dor que emerge quando ousamos pensar o impensável. O paradoxo é que tudo está dentro de nós, mas permanecemos na superfície.

E é exatamente aí que reside a diferença entre nós e as máquinas. Podemos ter sombras, falhas, impulsos destrutivos… mas também carregamos ternura, poesia, compaixão, sensibilidade, amor. Somos horrivelmente maravilhosos. Um paradoxo ambulante. E mesmo assim, acredito profundamente que o lado luminoso do ser humano merece ser nutrido.

Quero acreditar que é possível virar esse jogo. Quero contribuir para alimentar esse lado belo, nobre, consciente. Sei que o lado sombrio permanecerá, pulsante e real. Mas se conseguirmos colocar luz suficiente no outro lado, talvez possamos mantê-lo em um estado de dormência. Pacificado. Sob observação. Acolhido.

Essa fé na possibilidade de regeneração não é utopia. É sustentada por evidências e pelo exemplo de pessoas como Jane Goodall, que em O Livro da Esperança fala sobre o indômito espírito humano — essa centelha interior que nos permite persistir, transformar e recomeçar. Ela lembra que precisamos nutrir esse espírito especialmente nas crianças e jovens, porque é o mundo deles que está em risco. Nós, das últimas poucas gerações, devastamos o planeta numa velocidade absurda — e agora, temos a responsabilidade inegociável de reparar os danos e devolver um planeta digno aos que virão depois de nós.

Não é apenas um desejo: é uma obrigação moral. Precisamos trabalhar, batalhar, suar até a última gota para regenerar o que destruímos. Não podemos nos isentar. Porque a diferença entre nós e as máquinas está justamente na nossa capacidade de sentir, de se responsabilizar, de amar e cuidar — mesmo quando tudo parece perdido.

Na minha prática com o MetaMorphos, onde aplico técnicas como o EFT, a meditação e outras ferramentas terapêuticas e como estudiosa da mente e do comportamento humano, vejo com frequência pessoas que acreditam estar presas a padrões imutáveis — prisioneiras de histórias antigas, dores não curadas e crenças limitantes que se repetem como ciclos viciados. Mas essas pessoas mudam, elas despertam, escolhem olhar para si com coragem e, a partir desse encontro com a própria verdade, reescrevem suas realidades. A transformação é possível — e começa sempre dentro, no instante em que a consciência é tocada e o desejo de viver de forma mais plena e verdadeira se torna maior do que o medo. E isso me dá esperança. Esperança de que ainda podemos acordar, curar e reconstruir — juntos— e que ainda tenhamos tempo de reescrever a história da tecnologia também. Mas para isso, é urgente que a consciência acompanhe a inovação. Que o humano acompanhe o avanço das máquinas. Que a ética, a empatia e o discernimento caminhem lado a lado com o código e o algoritmo.

Esperança: Que haja parceria entre a Inteligência Artificial e o resgate da saúde da humanidade e do planeta

Foi dessa esperança que nasceram os projetos Fotografando o Futuro e o blog Virtual4Vision: do desejo profundo de contribuir com a cura da humanidade para tornar possível a cura do planeta. Acredito que a Terra só terá alguma chance se conseguirmos mudar o padrão de consciência do ser humano — o imperador absoluto dos recursos. Se o ser humano conseguir enxergar sua verdadeira realidade, resgatar sua alma, preencher o vazio que o consome e se contentar com sua própria presença em paz, sem correr atrás do próprio rabo em pensamentos repetitivos de passado e futuro, então teremos uma chance real.

Se continuarmos anestesiados, desconectados, sem conseguir olhar para dentro e para o agora, não haverá saída. Por outro lado, se soubermos usar a inteligência humana em parceria com a inteligência artificial para ajudar a curar a alma humana, e buscar soluções tecnológicas regenerativas para o planeta — como fontes de energia limpas, transportes sem emissões, gestão de águas, resíduos, reciclagem, purificação do ar e da água, controle de pragas e adubação sem tóxicos — então podemos virar o jogo. Se usarmos as redes sociais e a mídia para propagar consciência, compaixão, educação e amor, com foco no bem comum, aí sim, podemos prosperar e sair do outro lado vitoriosos.

A humanidade merece uma chance. Mas ela só existirá se olharmos com coragem para tudo que está emergindo. Inclusive dentro de nós.

Se essa reflexão mexeu com você, recomendo que leia também o post “Inteligência Artificial, riqueza e vazio existencial: a fórmula perfeita para o colapso”, onde aprofundo ainda mais os riscos de um mundo dominado pela busca desenfreada por riqueza, poder e controle – e como isso está diretamente ligado à forma como desenvolvemos e usamos a tecnologia.

Agora, quero muito saber o que você pensa sobre tudo isso. A inteligência artificial deveria mesmo ser tratada com cautela? Estamos passando dos limites? Deixe seu comentário – sua visão pode despertar algo importante em outras pessoas também. Vamos conversar e construir essa consciência juntos.

Andréa Moreira

Sou bióloga e ecóloga, apaixonada pela conexão entre o ser humano e a natureza. Como redatora autodidata, integro terapias energéticas, neurociências e física quântica para promover consciência do potencial humano. Acredito que, ao reconhecer seu valor, o ser humano vive em harmonia consigo, transforma suas relações e cuida da sua relação com o planeta, promovendo um futuro mais equilibrado e sustentável.

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