O meu primeiro contato com o EFT (Emotional Freedom Techniques) ou técnicas de libertação emocional, também conhecido como acupuntura sem agulhas, foi por acaso. Em 2012, enquanto buscava novas formas de compreender e lidar com as emoções, encontrei o The Tapping Solution World Summit, um evento online que reunia diversos especialistas apresentando suas abordagens e protocolos para aplicar essa técnica. Fiquei tão fascinada pelas possibilidades do EFT que passava horas traduzindo as entrevistas para compartilhar com amigos e familiares. Cada nova descoberta parecia encaixar perfeitamente em alguém que eu conhecia – como se o universo estivesse me mostrando, um a um, os caminhos para aliviar dores emocionais e físicas de quem eu amava.
Na época, eu sofria com uma dor crônica nas costas que me acompanhava do momento em que eu acordava até a hora de dormir. Algumas atividades simples, como lavar louça, se tornavam torturantes – uma sensação de queimação insuportável. Até que, em um dia especialmente difícil, algo me ocorreu: eu estava estudando uma técnica que prometia eliminar dores emocionais e físicas, mas ainda não a tinha testado em mim mesma. Resolvi tentar. Naquela noite, deitada na cama, fiz minha primeira sessão de EFT. Fiz com intenção verdadeira. Apliquei com riqueza de detalhes e fui até a barriga da minha mãe, limpando raivas, tristezas e ressentimentos. O que aconteceu a seguir mudou minha visão sobre o que realmente significa “cura”.
Para minha surpresa, a dor que me acompanhava há anos simplesmente desapareceu. Não reduziu, desapareceu e nunca mais voltou. Algo que parecia bom demais para ser verdade estava acontecendo ali, na minha própria experiência. E foi aí que compreendi, na prática, o poder dessa técnica.
A partir desse momento, comecei a aplicar o EFT em amigos e familiares, observando resultados que muitas vezes me deixavam sem palavras. Mais tarde, passei a combinar essa ferramenta com outras abordagens, como PNL (Programação Neurolinguística) e meditação, o que potencializou ainda mais os efeitos.
O EFT se tornou para mim uma espécie de “pílula emocional”, sempre disponível, a qualquer hora e em qualquer lugar. Uma técnica que qualquer pessoa pode aprender e se autoaplicar para aliviar desde o estresse diário até dores físicas, medos e ansiedades.
É claro que, em casos mais profundos – como traumas de infância, fobias ou doenças emocionais severas – o acompanhamento de um profissional pode ser essencial. Mas para as demandas do dia a dia, a receita básica do EFT pode ser um verdadeiro presente.
Se você ainda não experimentou essa técnica, talvez seja hora de dar uma chance ao EFT e sentir por si mesmo os efeitos dessa ferramenta incrível.
O que é EFT?
Imagine que você tem uma maneira simples, prática e rápida de aliviar dores emocionais e físicas sem precisar de equipamentos, remédios ou anos de treinamento. O EFT é exatamente isso: uma ferramenta poderosa que ajuda a dissolver bloqueios emocionais e restaurar o equilíbrio interno, apenas combinando leves toques em pontos específicos do corpo com uma abordagem consciente das emoções.
Criado por Gary Craig, o EFT tem como base um princípio simples, mas profundamente transformador: Sentimentos como ansiedade, medo, tristeza, ressentimento, insegurança e traumas deixam marcas no nosso sistema energético e em nosso corpo, criando bloqueios que nos impedem de viver com plenitude.
A técnica não exige prática avançada nem um conhecimento profundo sobre psicologia ou medicina. Qualquer pessoa pode aprender e aplicar em si mesma. Com poucos minutos de prática, você pode reduzir a intensidade de emoções negativas, como ansiedade, estresse e medo; diminuir dores físicas e tensões no corpo ligadas a estados emocionais; reprogramar crenças limitantes que influenciam sua vida de maneira inconsciente e resgatar sua capacidade natural de equilíbrio e bem-estar.
Parece simples e é, mas simples não significa superficial. O EFT tem sido amplamente estudado e utilizado por profissionais ao redor do mundo, mostrando resultados significativos até mesmo em casos profundos, como traumas e fobias.
A história do EFT
O EFT nasceu do trabalho de Gary Craig, um engenheiro de Stanford com um interesse profundo pelo funcionamento da mente humana e seu impacto sobre o corpo. Ele acreditava que as emoções negativas eram resultado de bloqueios no sistema energético do corpo e que, se pudéssemos dissolver esses bloqueios, poderíamos eliminar uma ampla gama de problemas emocionais e físicos.
Essa ideia não surgiu do nada. Craig baseou-se em descobertas anteriores sobre a conexão entre o fluxo de energia e o bem-estar emocional, um conceito amplamente explorado na medicina tradicional chinesa. Assim, ele desenvolveu o Emotional Freedom Techniques (EFT) como uma evolução de métodos que já vinham sendo estudados na psicologia energética.
Antes do EFT, existia uma técnica chamada Terapia do Campo do Pensamento (TFT), criada pelo psicólogo Dr. Roger Callahan nos anos 1980. Callahan descobriu que, ao estimular pontos específicos do corpo – semelhantes aos utilizados na acupuntura – enquanto a pessoa se conectava com um problema emocional, o alívio era quase imediato.
A história mais famosa sobre o TFT envolve uma paciente chamada Mary, que tinha uma fobia extrema de água. Nada do que havia tentado até então havia funcionado. Durante uma sessão, Callahan pediu para que ela desse leves toques sob os olhos – um ponto de acupuntura relacionado ao meridiano do estômago – enquanto falava sobre seu medo. O resultado foi surpreendente: em poucos minutos, sua fobia desapareceu completamente. A partir daí Roger Callahan, assustado com o este resultado inesperado começou a desenvolver o TFT. O método de Callahan era eficaz, mas complexo, pois envolvia sequências de toques específicas para cada problema.
Foi aí que Gary Craig entrou em cena. Ele percebeu que era possível simplificar e universalizar a técnica, criando uma única sequência de pontos aplicável a qualquer situação emocional. Assim, nasceu o EFT como conhecemos hoje.
Um método que continua evoluindo
O EFT segue se expandindo e se refinando à medida que mais pessoas experimentam e compartilham seus resultados. Hoje, essa técnica está presente em consultórios terapêuticos, programas de autodesenvolvimento e até mesmo no campo da saúde mental tradicional.
A ciência do EFT
Embora o EFT (Emotional Freedom Techniques) tenha sido inicialmente visto com ceticismo por sua abordagem simples e pouco convencional, diversos estudos científicos vêm demonstrando sua eficácia em diversas áreas, como redução da ansiedade, alívio da dor, superação de traumas e até mesmo melhora no desempenho esportivo e acadêmico.
Entre os estudos mais relevantes, destacam-se:
Church et al. (2012) – Um estudo publicado no Journal of Nervous and Mental Disease demonstrou que o EFT reduz significativamente os níveis de cortisol (hormônio do estresse) em comparação com outros métodos terapêuticos, reforçando sua eficácia na regulação emocional.
Feinstein (2019) – Uma revisão publicada na Energy Psychology Journal analisou vários ensaios clínicos randomizados e concluiu que o EFT é uma técnica eficaz para tratar TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), depressão e ansiedade, sendo comparável a abordagens terapêuticas tradicionais.
Se você deseja se aprofundar mais na base científica do EFT, algumas fontes confiáveis incluem:
The Tapping Solution (https://www.thetappingsolution.com/) – Plataforma criada por Nick Ortner, com cursos, eventos e materiais educativos sobre o EFT.
EmoFree (https://www.emofree.com/) – O site oficial de Gary Craig, criador do EFT, com estudos, artigos e vídeos explicativos.
Vídeo de Gary Craig legendado em português – Disponível no YouTube, esse vídeo apresenta o fundador do EFT explicando a técnica e seus fundamentos.
Rafael Zen (https://www.rafaelzen.com.br/) – Site do terapeuta brasileiro que aprofunda o uso do EFT em processos de transformação emocional.
André Lima (https://www.eftbr.com.br/) – Um dos maiores divulgadores do EFT no Brasil, com artigos, vídeos e cursos sobre a técnica.
A ciência continua explorando os mecanismos por trás do EFT, mas o que já se sabe é que ele atua profundamente no sistema nervoso, ajudando a reprogramar padrões emocionais e físicos de forma rápida e eficaz. Se você ainda não experimentou, vale a pena testar e sentir os resultados por si mesmo!
Como o EFT funciona
Se existe algo que faz do EFT uma técnica tão especial, é a sua simplicidade. Você não precisa de equipamentos, de um ambiente específico ou de anos de estudo para começar a aplicar. Basta usar as pontas dos dedos para estimular determinados pontos do corpo enquanto verbaliza questões emocionais ou dores físicas que deseja trabalhar. Parece simples demais para ser eficaz? É realmente simples, mas os resultados falam por si. Para entender como essa técnica funciona, é importante conhecer alguns conceitos básicos sobre o sistema energético do corpo e como ele influencia nossas emoções e padrões de comportamento.
O sistema energético e os meridianos
A medicina tradicional chinesa há milênios trabalha com a ideia de que nosso corpo possui uma rede de canais energéticos, chamados meridianos, que transportam a energia vital (ou “Qi”). Quando essa energia flui livremente, sentimos bem-estar, equilíbrio e clareza mental. Mas quando há bloqueios – causados por traumas, emoções reprimidas ou crenças limitantes – surgem sintomas físicos e emocionais, como ansiedade, dores crônicas, medos irracionais e padrões repetitivos de comportamento.
O EFT atua exatamente nesses bloqueios, combinando os princípios da acupuntura com a psicologia moderna. A diferença é que, em vez de agulhas, utilizamos leves batidas com os dedos (tapping) em pontos específicos dos meridianos, ao mesmo tempo em que expressamos e mantemos o foco em um problema que estamos enfrentando.
O desbloqueio emocional
Nossa mente é como um computador cheio de programas rodando em segundo plano. Algumas dessas programações vêm da infância, outras foram adquiridas ao longo da vida. Muitas delas são memórias emocionais que ficaram “presas” no seu sistema, influenciando suas reações e percepções sem que você perceba.
O EFT atua como um botão de reset para essas programações, ajudando a dissolver cargas emocionais associadas a determinadas experiências. Ao bater suavemente nos pontos energéticos enquanto acessamos a emoção ou crença limitante, enviamos um sinal ao sistema nervoso, permitindo que ele reprograme a resposta emocional associada àquele gatilho. É como se estivesse conversando com seu corpo na linguagem dele.
Isso significa que, com a prática, uma situação que antes te causava angústia, medo ou tensão pode ser processada de forma diferente, mais leve, sem aquela reação automática de estresse ou sofrimento.
O poder da afirmação e da aceitação
Outro aspecto essencial do EFT é a combinação do tapping (batidinhas nos pontos) com afirmações. Enquanto estimulamos os pontos energéticos, repetimos frases que descrevem o problema e, ao mesmo tempo, expressam aceitação e compaixão por nós mesmos. Se pudermos verbalizar as frases e ouvirmos nossa própria voz, será ainda mais poderoso.
A frase clássica do EFT segue o seguinte modelo: “Mesmo que eu tenha [o problema], eu me aceito profunda e completamente.”
Esse simples ato de nomear o que estamos sentindo, sem resistência, já inicia um processo de liberação emocional. Muitas vezes, tentamos evitar ou reprimir nossos sentimentos mais difíceis, mas a aceitação é o primeiro passo para dissolvê-los.
Pode parecer estranho no início. Afinal, estamos acostumados a rejeitar e não aceitar nossos problemas físicos e emocionais. A aceitação é um ingrediente fundamental no processo de cura, pois permite que a energia flua sem resistência. Quando soltamos a luta contra o que sentimos, damos espaço para a transformação acontecer naturalmente. A não aceitação, por outro lado, apenas intensifica o conflito interno, ampliando o foco na dor e dificultando a liberação. Parar de resistir não significa conformar-se, mas sim criar um estado de abertura onde a cura pode acontecer com mais leveza e profundidade.
A estrutura do processo de EFT
Uma das maiores vantagens do EFT é que ele segue um processo simples, estruturado e fácil de aprender. Você pode aplicá-lo em qualquer lugar, a qualquer momento, e não precisa de habilidades especiais – apenas disposição e intenção verdadeira.
A seguir, vou te guiar pelo passo a passo básico do EFT, para que você possa começar a praticar agora mesmo.
O processo envolve duas partes principais: Identificar a emoção ou situação que está causando desconforto e estimular os pontos energéticos
Essa combinação de toques e foco emocional ajuda a liberar bloqueios energéticos, promovendo uma sensação de alívio e clareza mental.
Pontos da EFT: Aqui está uma descrição detalhada dos pontos usados na EFT. Estimule cada ponto dando batidinhas com as pontas dos dedos.
Lateral da mão (ponto do karatê), também chamado de ponto da aceitação: lateral da mão, na parte macia abaixo do dedo mindinho. Este ponto fica fora da sequência e só é utilizado no início da primeira rodada e em situações especiais, quando houver mudança de emoção ou de localização da dor. Use os dedos da outra mão para dar leves batidinhas. Não tem lado certo, ambos os lados (direita ou esquerda) funcionam da mesma forma.
1- Topo da cabeça: No centro da cabeça, no ponto mais alto.
2- Sobrancelha: No início da sobrancelha, próximo ao nariz.
3- Lado do olho: No osso ao lado do olho, na extremidade externa da sobrancelha.
4- Embaixo do olho: No osso abaixo do olho, alinhado com a pupila.
5- Embaixo do nariz: No pequeno espaço entre o nariz e o lábio superior.
6- Embaixo da boca: No meio do queixo, entre o lábio inferior e o queixo propriamente dito.
7- Clavícula: No ponto onde a clavícula se encontra com o esterno (osso do peito). Coloque o dedo no pequeno “v”do osso logo abaixo do pescoço, meça aproximadamente 3 dedos para a lateral (esquerda ou direita, não importa) e dois dedos para cima e pronto, você encontrou o ponto. Use a ponta dos dedos para dar batidas ou pode dar batidinhas com a palma da mão no centro da clavícula.
8- Embaixo do braço: Cerca de 10 cm abaixo da axila, na lateral do corpo. Use quatro dedos ou bata com a palma da mão.
Passo a passo para aplicar a EFT:
Agora que você já conhece os pontos, vamos à prática! Siga esses passos para aplicar a técnica:
1. Identificação do problema – Antes de tudo, é preciso reconhecer o que você quer tratar. Pode ser uma emoção específica, um sintoma físico, um medo ou uma lembrança incômoda. Seja o mais específico possível. Por exemplo:
Em vez de “estou ansioso”, diga: “estou ansioso porque tenho uma reunião importante amanhã”.
Em vez de “estou com raiva”, diga: “estou com raiva porque fulano me ignorou na conversa”.
A clareza sobre o problema permite que o EFT atue com mais precisão na raiz do desconforto.
2. Definição da intensidade – Dê uma “nota” de 0 a 10 para o nível de desconforto (0 = nada, 10 = insuportável).
3. A Frase Preparatória – acolhendo sua experiência
A frase preparatória combina duas partes: Reconhecimento do problema e aceitação/autocompaixão
Exemplos:
“Mesmo que eu esteja estressada pelo excesso de demanda, eu me aceito profunda e completamente.”
“Mesmo que eu sinta essa dor, na altura da lombar, do lado direito, que queima e irradia, eu decido me aceitar assim mesmo.”
“Mesmo que eu esteja com raiva do ——– porque ele disse———, decido me aceitar cada vez mais”.
Essa combinação ajuda a mente a reduzir a resistência emocional e liberar o padrão energético associado ao problema.
4. A sequência de tapping – Agora, vamos para a parte prática: o tapping nos pontos energéticos do corpo.
Usando as pontas dos dedos, dê batidinhas leves (não tem número certo de vezes) em cada um dos seguintes pontos, enquanto repete frases curtas relacionadas ao problema.
Inicie dando batidinhas no ponto do Karatê e repita a frase preparatória 3 vezes. O ponto da mão (ponto do karatê) é também chamado de ponto da aceitação. Esta etapa inicial é de fundamental importância, pois é necessário que você esteja numa postura de aceitação da dor emocional ou física e pronto para libertá-la.
Em seguida, dê batidinhas em cada um dos outros pontos de cima para baixo (topo da cabeça, sobrancelha, lado do olho, embaixo do olho, embaixo do nariz, embaixo da boca, clavícula e embaixo do braço) enquanto repete uma frase de lembrete, como: “Essa ansiedade”, “toda essa dor” ou “Toda essa raiva”.
Nesta primeira rodada você está contando para seu corpo que é este o foco, que é esta emoção que vocês (sua mente e seu corpo) querem resolver juntos.
Após a primeira rodada repetindo o foco, você então volta para o topo da cabeça, batendo em cada um dos pontos sem passar pela mão. Este é o momento da conversa séria com você mesmo(a). Seja sincero(a) e fale “tudo” enquanto vai estimulando os pontos com batidinhas. Vá trocando de ponto a cada frase. Aqui você não tem que esconder nada de ninguém, nem de você mesmo(a).
Topo da cabeça: Eu estou estressada
Sobrancelha: Me sinto muito sobrecarregada
Lado do olho: É muita coisa acontecendo
Embaixo do olho: Minha mente está confusa
Embaixo do nariz: Quase não consigo respirar
Embaixo da boca: Sinto um aperto no peito
Clavícula: Tenho medo dessas sensações no meu corpo
Embaixo do braço: É tanta correria e demanda que acho que vou explodir
Topo da cabeça: Sinto este estresse quando penso nas coisas que preciso fazer e não vou dar conta
Sobrancelha: Sinto um peso nas costas
Lado do olho: E minha cabeça dói
Embaixo do olho: Será que vou dar conta?
Embaixo da nariz: Será que meu chefe vai me criticar?
Embaixo da boca: Será que meus filhos irão sofrer por minha causa?
Clavícula: Minha cabeça fica confusa
Embaixo do braço: Meu coração dispara
Topo da cabeça: Mas eu decido deixar tudo isso ir
Sobrancelha: Sei que o estresse só me atrapalha e me adoece
Lado do olho: Então respiro fundo
Embaixo do olho: e soooolto lentamente
Embaixo do nariz: E a cada respiração sinto mais e mais tranquilidade dentro de mim
Embaixo da boca: Deixo o estresse ir
Clavícula: Sei que sou capaz
Embaixo do braço: Consigo me visualizar realizando minhas tarefas com leveza e tranquilidade, fazendo o meu melhor a cada momento.
Topo da cabeça: Estou cada vez mais no controle de minhas emoções
Sobrancelha: Pois sei que sou humana e tenho minhas limitações
Lado do olho: E basta uma respiração profunda e sooooltar lentamente
Embaixo do olho: Deixar ir qualquer desconforto
Embaixo do nariz: Estou cada vez mais leve
Embaixo da boca: Mais em paz
Clavícula: Mais segura(o)
Embaixo do braço: Mais no controle.
Topo da cabeça: Estou grata(o) pela tranquilidade que toma conta de mim.
Este é só um exemplo de conversa, para você entender a dinâmica do processo. Você vai batendo um papo com você mesmo.
Se houver dor, faça uma rodada específica. Se houver mais de uma, faça uma rodada para cada, avaliando a intensidade e a melhora a partir do processo.
Aproveite para entrar nos detalhes e lembre-se que esta é uma conversa mental e que ninguém estará ouvindo, então liberte o verbo!!! Não se envergonhe, este é seu momento de colocar tudo pra fora e confiar na ferramenta.
Caso venha choro, não pare, continue estimulando os pontos pois o estímulo irá aliviar a dor (emocional e física). Assim que se sentir mais tranquilo(a), identifique a emoção que te levou ao choro (tristeza, medo, insegurança, raiva etc), avalie a intensidade de 0 a 10 e volte ao ponto da mão para iniciar nova rodada. Comece com a aceitação (ponto do karate), então rode os pontos repetindo a frase de reforço para dizer a seu corpo qual a nova emoção/dor e em seguida faça as rodadas de bate papo.
5. Reavaliação da intensidade e ajustes
Após algumas rodadas, volte à escala de 0 a 10 e veja se a intensidade do problema diminuiu.
Se ainda for alto, faça mais uma rodada, ajustando as frases conforme necessário.
Se reduziu significativamente, você pode finalizar com frases que reforcem a mudança positiva, como:
“Agora me sinto mais leve.”
“Escolho liberar essa emoção com tranquilidade.”
“Me permito sentir paz e equilíbrio.”
Esta é a receita básica da técnica e já pode te ajudar enormemente. A EFT tem uma diversidade de detalhes e estratégias que são utilizadas pelos profissionais em seus atendimentos, porém estes detalhamentos requerem um estudo mais aprofundado para sua aplicação.
Para que Serve?
O EFT é uma técnica incrivelmente versátil. Embora pareça simples, ele age diretamente nos bloqueios energéticos e emocionais que sustentam muitos dos desafios que enfrentamos no dia a dia.
A estimulação dos pontos energéticos enquanto você reconhece o que sente ajuda a regular o sistema límbico, a parte do cérebro responsável pelas emoções, reduzindo a intensidade das reações emocionais.
Seja para aliviar o estresse, superar medos ou até mesmo melhorar a autoestima, o EFT pode ajudar a reprogramar padrões internos. A seguir, veja algumas das principais aplicações dessa ferramenta.
1. Ansiedade, medo e estresse
O EFT tem um efeito calmante imediato no sistema nervoso, ajudando a reduzir a resposta de luta ou fuga que o corpo ativa em momentos de tensão.
2. Autoestima e crenças limitantes
Todos nós carregamos crenças inconscientes sobre nós mesmos – e muitas delas podem estar sabotando nossas ações e escolhas. Frases como “Eu não sou bom o suficiente”, “Não mereço ser feliz” ou “As coisas nunca dão certo para mim” podem estar profundamente enraizadas, influenciando sua vida de forma negativa.
O EFT ajuda a dissolver esses padrões emocionais ao reprogramar a forma como sua mente reage a essas crenças. Em vez de se identificar com esses pensamentos, você aprende a acolhê-los e transformá-los.
3. Dor física e sintomas psicossomáticos
O corpo e a mente estão profundamente conectados. Muitas dores e desconfortos físicos podem ser reflexo de tensões emocionais não resolvidas. O EFT atua tanto na redução da dor quanto no desbloqueio das emoções que podem estar por trás dela. A técnica ajuda a relaxar o corpo e a liberar emoções presas que podem estar amplificando a dor. Muitas vezes, ao trabalhar uma emoção específica, a dor associada a ela simplesmente desaparece.
4. Traumas e bloqueios emocionais
Eventos do passado podem continuar influenciando nossa vida sem que percebamos. Traumas, grandes ou pequenos, deixam registros no corpo e na mente, criando padrões que nos fazem reagir de forma automática a determinadas situações. O EFT permite acessar e liberar essas emoções de forma segura, sem precisar reviver o trauma de maneira intensa. Ele acalma o sistema nervoso, ajudando a ressignificar as experiências passadas.
5. Procrastinação e autossabotagem
Muitas vezes, não conseguimos avançar em nossos projetos não porque não temos capacidade, mas porque há emoções inconscientes bloqueando nosso caminho. O medo do fracasso, a necessidade de perfeição ou a resistência ao desconforto podem nos paralisar.O EFT ajuda a identificar e dissolver os medos ocultos que nos impedem de agir. Assim, podemos avançar com mais leveza e clareza.
6. Relacionamentos e padrões emocionais repetitivos
Você já percebeu que, em alguns aspectos da vida, certos padrões parecem se repetir? Pode ser um ciclo de relacionamentos frustrados, conflitos familiares ou dificuldades de comunicação. Muitas vezes, isso acontece porque carregamos emoções e crenças que nos fazem atrair as mesmas situações.O EFT ajuda a dissolver as emoções presas nesses padrões, permitindo que você interaja com mais autenticidade e equilíbrio nos relacionamentos.
Os mitos sobre o EFT
O EFT é uma técnica tão simples e eficaz que, para algumas pessoas, isso soa “bom demais para ser verdade”. É normal ter dúvidas no início, especialmente porque a prática foge do modelo tradicional de terapias convencionais.
Mas será que essas dúvidas realmente fazem sentido? Vamos falar sobre alguns dos mitos mais comuns sobre o EFT e por que eles não devem te impedir de experimentar essa ferramenta transformadora.
1. “Parece simples demais para funcionar.”
Esse é, sem dúvida, um dos maiores bloqueios para quem ouve falar de EFT pela primeira vez. Como algo tão acessível – que você pode fazer sozinho, sem aparelhos ou procedimentos complicados – pode ter resultados profundos? O fato de algo ser simples não significa que não funcione. Pense na respiração: algo automático, gratuito e essencial, que tem impacto direto sobre nossas emoções e até sobre nosso estado mental. O EFT segue o mesmo princípio.
O que realmente importa não é a complexidade do método, mas sim a inteligência por trás dele – e os resultados falam por si.
2. “Só funciona se eu acreditar.”
Muita gente pensa que o EFT é como um “efeito placebo”, onde só funciona para quem acredita. Mas será que isso faz sentido? O EFT não depende da crença para funcionar – ele age diretamente no sistema nervoso e energético do corpo. Um ótimo exemplo disso é a aplicação da técnica em crianças pequenas ou até mesmo em animais. Eles não têm a menor ideia do que é EFT, muito menos uma crença sobre isso, e ainda assim respondem positivamente ao tapping.
Além disso, muitas pessoas começam a usar o EFT com desconfiança, sem acreditar que algo tão simples possa gerar mudanças. Mesmo assim, sentem alívio, relaxamento e mudanças emocionais ao final do processo. Então, se a dúvida estiver te travando, lembre-se: você não precisa acreditar, só precisa testar.
3. “Preciso entender a origem do meu problema para resolver.”
Esse mito vem da ideia de que só conseguimos superar algo quando sabemos exatamente de onde aquilo veio. Claro, entender nossas histórias e padrões pode ser útil, mas não é um pré-requisito para a transformação. O EFT pode liberar emoções e padrões mesmo sem que você saiba a origem do problema.
Muitas vezes, sentimos angústia, medo ou insegurança sem ter ideia do motivo. Com o EFT, você pode simplesmente trabalhar o que está sentindo no momento – sem precisar revirar memórias ou encontrar a raiz do problema. Aliás, na medida que você vai praticando, algumas origens dos seus padrões podem emergir de forma espontânea, sem forçar. Ou seja, a clareza vem como consequência do desbloqueio emocional, e não como uma exigência para que o processo funcione.
Um convite para experimentar
Se tem algo que aprendemos ao longo deste caminho, é que as soluções mais simples muitas vezes são as mais poderosas. E o EFT é um grande exemplo disso.
Com apenas alguns minutos de prática, usando as próprias mãos e a própria voz ou pensamento, é possível transformar emoções estagnadas, aliviar tensões e liberar padrões que pareciam impossíveis de mudar. Tudo isso sem esforço excessivo, sem a necessidade de acreditar cegamente e, acima de tudo, sem contraindicações.
Você não precisa entender tudo sobre a técnica, nem acreditar 100% desde o início. Apenas experimente, com curiosidade, e veja como o seu corpo e suas emoções respondem. Afinal, a melhor maneira de descobrir se algo funciona é testando na prática.
Se você leu até aqui e sentiu um mínimo de curiosidade, aqui vai um desafio: faça uma rodada de EFT agora. Escolha um desconforto – pode ser um incômodo físico, uma tensão emocional ou até aquele estresse acumulado do dia. Feche os olhos por um instante, respire fundo e avalie sua intensidade de 0 a 10 e inicie o processo.
Repita algumas rodadas e, ao final, perceba o que mudou. Talvez a tensão tenha diminuído. Talvez sua respiração esteja mais solta. Talvez venha uma sensação de alívio. Ou talvez nada aconteça imediatamente – e está tudo bem também. O importante é permitir-se sentir e observar.
O EFT é um convite para transformar seu bem-estar de forma prática, acessível e sem complicações. Você não precisa se comprometer com nada, nem acreditar antecipadamente – só precisa se abrir para a experiência.
Se algo dentro de você está dizendo “e se funcionar?”, talvez seja hora de dar uma chance. Busque vídeos na internet e permita-se, afinal, se existe uma possibilidade de viver com mais leveza e liberdade emocional, por que não explorar?